Americanas em crise: Será que vai falir

A Americanas, uma das maiores empresas de varejo do país, tem sido alvo de atenção de investidores, acionistas e órgãos fiscalizadores após a revelação de uma inconsistência contábil de R$ 20 bilhões. Isso, somado à dívida bruta da empresa, de R$ 19,3 bilhões, abre um rombo de R$ 40 bilhões em débitos. A situação tem deixado os consumidores preocupados com o futuro da empresa e se eles ainda poderão comprar produtos, se as entregas podem atrasar, se é possível cancelar um pedido, entre outras questões.

Em resposta às preocupações dos clientes, a Americanas afirmou em nota que “comunicou aos clientes e parceiros que segue aberta e pronta para suas compras e entregas, nas lojas, no site e no app”. A empresa também está oferecendo descontos de até 50% em várias categorias e cashback de até 30% em sua queima de estoque.

A Americanas afirmou ainda que “segue na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores”. Na última sexta-feira (13), a companhia obteve na Justiça a suspensão por 30 dias do vencimento antecipado de suas dívidas.

Especialistas apontam dois caminhos possíveis a partir da situação atual: um deles é a negociação de uma injeção de capital com os bancos. O outro seria uma preparação para o pedido de recuperação judicial, alternativa que parece mais provável na avaliação da XP Investimentos, dado o tamanho da dívida da empresa e da potencial necessidade de capital, além do número de credores envolvidos.

Nesta segunda (16), o Conselho de Administração da Americanas elegeu João Guerra Duarte Neto para ser o CEO interino da companhia. Ele é atualmente o Diretor (não estatutário) de Recursos Humanos da Americanas e tem ampla trajetória na companhia nas áreas de tecnologia e recursos humanos. Ele assume o comando da varejista após os recém-empossados Sergio Rial e André Covre renunciarem aos cargos de Diretor Presidente e de Diretor de Relações com Investidores.

Apesar da crise, a Americanas ainda está avaliando os rumos a serem tomados e segue na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores.